Opinião
A violência bate à porta
Na coluna [magis]+ desta segunda, o assunto é o crescimento da violência e o sentimento de total insegurança que emerge no município
A sensação de insegurança cresce em Pelotas. Com ela, a cada momento uma nova espécie de medo parece surgir. Se há não muitos anos era relativamente tranquilo caminhar à noite pela zona universitária, por exemplo, atualmente é impossível transitar por ela sem uma grande dose de apreensão.
Na excelente série Reféns do Medo, publicada em três capítulos pelo Diário Popular, baseada em levantamento do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), a jornalista Michele Ferreira trouxe, com a qualidade de sempre, dados perturbadores. E histórias de vida afetadas, profundamente modificadas, pela violência ou pela iminência dela. Histórias de vida, também elas, perturbadoras.
Em 2013, 24% dos pelotenses não consideravam a cidade segura para se viver, de acordo com IPO. Em 2016, apenas três anos depois, portanto, o percentual saltou para impressionantes 61,7%. Ou seja, quase 40% a mais em um mísero triênio.
Diante desses números, fica claro perceber o porquê do aumento vertiginoso das empresas de segurança em Pelotas. Quem pode pagar por elas, não hesita um instante sequer para garantir ao menos um pouco mais de tranquilidade ao chegar ou sair de casa. Aliás, o levantamento do IPO apontou que 34,3% dos pelotenses sentem-se inseguros dentro do próprio lar. Multiplicam-se as grades, distanciam-se as gentes.
A falência da segurança pública, resultado do descaso de sucessivos governos estaduais, foi agravada no governo Sartori com os sucessivos parcelamentos da folha de pagamento. Falta de valorização salarial e de investimento em infraestrutura são apenas dois dos principais problemas enfrentados diariamente pelos servidores da área.
Violência não se combate apenas com repressão. Projetos sociais precisam ser incentivados. Projetos para juventude, principalmente. Porque é ela quem dá rosto aos números. É ela que paga, com a própria vida, pela nossa incapacidade de protegê-la. E de fazê-la frutificar.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário